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SÃO PAULO; OS ANIMAIS ESTÃO EM FESTA, É O FIM DA CARROCINHA


Finalmente quinta feira, dia 17 desse mês foi um dia histórico e sonhado por todos os defensores dos animais. Resultado da luta incessante de milhares de defensores que não agüentavam mais ver o triste destino dos animais de rua. Na referida data, afinal, o governador José Serra assina a lei 12.916 que proíbe a morte desses animais em todo o território paulista, pondo fim à temível carrocinha. Na verdade esta não vai deixar de existir, mas vai funcionar de maneira diferente. Segundo o projeto do deputado estadual Feliciano Filho (PV), aprovado em dezembro pela Assembléia Legislativa, Os cães e gatos encontrados nas ruas serão castrados, tratados e depois ficarão a disposição dos donos, devolvidos aos seus locais de origem ou adotados. Só poderão ser sacrificados animais com doenças graves ou contagiosas, atestado por um veterinário. O deputado garante que tal medida não causará o aumento de animais nas ruas.

Tudo isso parece muito bonito e bem feito e segue um modelo usado no primeiro mundo que vem dando certo. A grande dúvida dos protetores é como isso será feito, pois se não houver campanhas para a adoção e controle de devolução o centro de zoonoses ficará rapidamente sobrecarregado de animais. Infelizmente muitas pessoas que desejam ter um animal de estimação não procuram esses animais, dóceis, simples, resistentes e extremamente carentes de um lar, mas sim ainda preferem guiar-se pelo status, ostentação e vaidade comprando muitas vezes por preços exorbitantes animais de raça, que na maioria dos casos não passam de peças decorativas dentro de uma casa.

Durante gerações, milhares de crianças paulistas viram seus animais de estimação desaparecer simplesmente porque resolveram dar uma voltinha na rua. Outros milhares de pessoas de bem, viram com o coração na mão os animais serem laçados e jogados dentro de um furgão com destino certo, a morte.

Nenhum homem tem o direito de tirar uma vida, só porque esta ocupa o mesmo espaço. Os animais só querem existir, respirar, viver, mas com o controle de zoonoses, era-lhes tirado esse direito básico à vida. A desculpa das autoridades sempre foi a mesma; evitar doenças como a raiva e outras. Por estranho que pareça, há décadas que em São Paulo não se registra nenhum caso de raiva entre animais de rua. Raiva mesmo há entre os humanos, não a raiva doença, mas a raiva contra a vida. Quantas pessoas cheias de mania de limpeza, apenas para proteger seus sacos de lixo podre, chamam o controle de zoonoses para recolher animais que se aproximam de suas portas, mesmo sabendo que os estão condenando a morte. Essa é a pior raiva, a raiva dos humanos, que não é “raiva doença”, mas é ainda pior, é ódio.

Em São Paulo, além dos milhares de defensores anônimos que assinavam petições pela Internet e abaixo assinados, destacam-se nessa luta, além das ONGS protetoras, dois personagens aos quais todos devem agradecer: A Luisa Mel, do Programa Late Show e o Luiz Scalea, da Associação de Proteção aos animais São Francisco, que se dedicaram de corpo e alma pela causa. Todos os protetores e defensores dos animais certamente agradecem a esses dois incansáveis amigos dos animais.

Os animais ainda não estão totalmente livres:

Os riscos nas ruas continuam sendo muitos, todos causados pelos seres humanos. O primeiro é o risco de atropelamento. Apesar dos animais terem desenvolvido um instinto natural de atenção contra os carros, chegando mesmo a aprender a atravessar as ruas somente nos semáforos juntos com as pessoas, há muitos motoristas imprudentes que guiam sem atenção ou em alta velocidade em zonas residenciais. Outro risco constante é o envenenamento por veneno de rato, o conhecido chumbinho, que embora tendo sua venda proibida, continua sendo oferecido ao público indiscriminadamente. As pessoas tem a falsa idéia de que podem acabar com os ratos usando o tal veneno. Puro engano. Essa prática está de certa forma ligada a maldade dessas mesmas pessoas que não pensam nos outros animais. São tão obtusas que não entendem que a solução contra ratos é a mais antiga do mundo: “basta criar um gato”. Com isso, o que provocam mesmo é o envenenamento de animais domésticos e de rua.

Não bastasse os perigos já referidos, os indefesos animais, justamente aqueles que escolheram os homens como seus amigos, sofrem frio, fome e abandono. É triste ver que muitos cachorros de rua procuram os pontos de ônibus ou porta de bares, para sentirem o calor da presença humana; nesses casos, só recebem a indiferença, quando não os maus tratos.

Apesar de tudo, um grande passo foi dado. Embora os animais não saibam, essa é uma data importante e será ainda mais se todos os defensores se unirem em defesa dessas criaturas criadas pelo mesmo Deus e possuidoras dos mesmos sentimentos e necessidades. Leonardo Bezerra.

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