É comum o uso de animais nas buscas de pessoas em escombros de desabamentos e outras tragédias naturais ou acidentais. O que não é muito comum é a busca de animais igualmente vítimas de tragédias. Mas aos poucos essa idéia de deixar os animais à própria sorte durante as tragédias vem mudando. Já há em todo o mundo pelo menos uma dezena de ONGs que se dedicam ao salvamento de animais, mais ou menos como faz a Cruz Vermelha e outras organizações quando se trata de pessoas. Essa tarefa que era feita de forma precária e por voluntários às vezes despreparados, ganhou força após a imensa comoção do furacão Katrina, nos Estados Unidos, em 2005. A tragédia, que matou mais de 1000 pessoas foi a que causou maior número de vítimas entre os animais com cerca de 100.000 espécimes.
Animais de companhia – guarda responsável de animais de estimação, gerenciamento humanitário de animais na rua e prevenção de crueldade contra os animais.
Exploração comercial de animais silvestres – criação intensiva e manuseio cruel e matança de animais silvestres para produção de alimentos ou derivados.
Animais de produção – criação intensiva transporte de longa distância e abate de animais para produção de alimentos.
Gerenciamento em casos de desastres – assistência aos animais afetados por desastres naturais ou provocados pelo homem e, com isso, preservação dos meios de vida das populações locais.
A PetSmart Charities é talvez mais bem preparada dos Estados Unidos. Com agências por todo o país, conta com seis caminhões para retirar animais dos locais de desastres e leva-los a lugares seguros. Cada veículo pode comportar 500 animais. São equipados com gerador de energia, macas para transporte de feridos e medicamentos. Cães e gatos podem usar máscaras especiais em casos de incêndio.
Resgate de pingüins no Brasil
O resgate aqui não foi exatamente por motivo de catástrofe natural, já que são raras por aqui, mas sim devido ao aquecimento global. Cerca de 400 pingüins foram resgatados e viajaram num avião militar C-130 Hércules com destino a Pelotas, no sul do Brasil para serem libertados. A ação foi realizada pelo IMA, Instituto de Mamíferos Aquáticos e contou com o IFAW, O Fundo Internacional para a Proteção dos Animais e seu Habitat.
O Hércules C-130 partiu de Salvador e percorreu 2.500 kilómetros com sua preciosa carga. Ao chegar ao destino, os animais foram transportados por caminhões para pernoitar no Centro de Recuperação de Animais Marinhos. Pela manhã, já descansados foram integrados a um grupo mais adulto que estavam no Centro se recuperando de contaminação por petróleo. A finalidade é para que os animais mais adultos guiem os mais jovens com destino ao sul.
Esses animais que se reproduzem em grandes colônias no sul da Argentina e do Chile, migram para o norte até o sudeste do Brasil entre março e setembro. Segundo os especialistas uma corrente mais quente teria causado seu demasiado avanço em direção ao nordeste.
Esta que foi a maior libertação de pingüins já vistas no Brasil, foi observada por uma multidão de pessoas que observaram como as aves entraram no Atlântico Sul e rapidamente se distanciaram nadando.
A questão animal apresenta por um lado trágico com a matança indiscriminada em nome da indústria e por outro o crescimento dia a dia da percepção de que os animais são importantes e merecedores de toda a atenção e cuidados. Se por um lado a indústria exploradora dos animais investe milhões para destruí-los, por outro, pessoas sensatas muito a frente de seu tempo investem milhões para salva-los. A balança ainda não está equilibrada. Está apenas no começo de um novo tempo em que a inteligência humana chegará a total percepção da importância dos animais.Leonardo Bezerra
A apresentadora Eliana participa da campanha da WSPA
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