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SANTA CATARINA: PRIMEIRA EQUIPE DE SOCORRO AOS ANIMAIS ENTRA NA REGIÃO DE ACESSO PROIBIDO


Depois que as chuvas pararam e as águas baixaram, finalmente uma equipe de socorro aos animais puderam entrar na zona proibida considerada Zona Vermelha. Por lá os animais haviam sido esquecidos ou deixados por seus donos no momento em que foram retirados do local pelas equipes de resgate. Até agora a maioria dos animais tinham sobrevivido por seus meios naturais. Mesmo antes dessa entrada oficial ao local mais perigoso, bombeiros já haviam entrado na região e deixado alimentos para os animais em pontos estratégicos o que veio muito colaborar para a sobrevivência dos mesmos.

Um material valiosíssimo e da maior importância para todos que amam os animais e que estavam até agora preocupados com os que foram abandonados, nos foi indicado pela Bárbara, presidente da APRABLU, em cujo site aparece o referido relatório. Eis a descrição da visita da 1ª equipe ao local:

1ª Equipe de Socorro aos Animais entra na região considerada Zona Vermelha do Alto Baú em Ilhota

Dia 08.12.2008, a primeira equipe civil autorizada a percorrer por terra a região de Ilhota entre Baú Central e Alto Baú, a área mais afetada pela catástrofe que se abateu sobre o Vale do Itajaí, era composta por 3 membros do Instituto Ambiental Ecosul/WSPA, 1 veterinário voluntário da ApraBlu, a fiel e competente Nina, cadela Labradora treinada para farejar pessoas ou corpos em catástrofes e seu adestrador.

Escoltados por 7 Bombeiros Voluntários de Navegantes, sob o comando do Comandante Ricardo, tinham como objetivo alimentar e prestar atendimento veterinário de emergência nos animais deixados na região durante o resgate dos moradores. A missão principal dos bombeiros era localizar os 4 corpos que ainda encontram-se desaparecidos na região.

A jornada iniciou às 9:00 horas junto à igreja de Baú Central, último ponto onde o acesso de veículos é possível e terminou no mesmo local à 19:00 horas, durou 10 horas, 6 de ida e 4 de volta. A ida foi mais demorada pois todas as moradias foram vistoriadas, os animais alimentados e aqueles que necessitavam foram tratados pelo veterinário membro da equipe.

Certamente ninguém que sobrevoou o local ou teve acesso de helicóptero apenas à região do Alto Baú ,onde foi instalado o ponto de pouso para resgate das pessoas, teve a exata noção e visão do que ocorreu naquela região. O cenário é desolador, dantesco e indescritível. O rio mudou seu curso várias vezes, são dezenas de deslizamentos, moradias destruídas, a estrada existe apenas em alguns pequenos trechos, os obstáculos para se percorrer os em torno de 10 km que ligam Baú Central ao Alto Baú são de toda ordem.

O risco era iminente. Atravessamos o rio várias vezes seguros uns aos outros, algumas vezes com água pela cintura ou com lama até as canelas, abrindo caminho entre árvores e raízes arrancadas e escalando ribanceiras e rochas.Um bombeiro se feriu na perna e o adestrador foi atingido na cabeça por um galho de árvore. Ambos foram medicados também pelo veterinário.

Cada um dos bombeiros levou, além de alguns utensílios próprios para o trabalho, um saco de ração em sua mochila. Os 3 ativistas do Ecosul/WSPA e o adestrador de cães se revezavam levando dois sacos de ração de 8 kgs. e o veterinário carregava um kit completo de instrumentos e medicamentos para todo tipo de emergência que pudesse surgir.

Cada um levava água, chocolates, barras de cereais e bolachas.
Desde o início do trajeto, eram encontrados animais de toda espécie. Os cavalos, bois e vacas, porcos e aves se alimentavam de pasto e outros recursos naturais. Salvo algumas exceções, a maioria dos cães não aparentava desnutrição e, ao ser deixada ração onde se encontravam, não comia desesperadamente.

Os bombeiros informaram que numa busca anterior já tinham levado ração e deixado em pontos estratégicos onde os animais pudessem ter acesso e nas moradias onde havia cães, bem como soltaram todos os animais que puderam.

Pudemos observar que mesmo estando livres, os cães não abandonavam as casas e permaneciam fiéis, de guarda, latindo e tentando impedir nossa aproximação.

Em algumas residências não foram encontrados cães, porém em todas aquelas que os tinham, em apenas uma foi encontrado apenas um. Em todas as demais, haviam 2 ou mais e em apenas uma visualizamos um gato. Nesta, o proprietário Sr. Ivo se encontrava alimentando seu gado, galinhas e 5 cães. Perguntado se precisava de ração ou algum tratamento para os animais, respondeu que não. Aceitou um saco de 1 Kg de ração para o gato e informou que de dois em dois dias voltava ao local para tratar seus animais e os de seu genro mais acima.

Numa residência, entre porcos e galinhas, encontrava-se um cão mestiço de pastor alemão preso a uma corrente e próximo, um coelho morto. Ao examinar o cão, o veterinário encontrou alguns bernes, um já quase bicheira na região anal. Foi tratado, vacinado e solto, tendo acompanhado a equipe na ida e volta. Nesta residência havia um coelho morto próximo ao cão acorrentado.

Em outra residência, entre porcos e galinhas havia um galo morto, um cão morto sob um carro na garagem e 2 cães vivos. Um deles estava muito magro e com uma bicheira enorme na região da anca. Foi tratado e vacinado e deixamos bastante ração no local. Ao vistoriar o galpão, foram encontrados dentro de uma caixa d água vários sacos de ração para aves e porcos. Alguns sacos foram despejados no pátio para estes animais.

Muitos cães encontravam-se infestados com carrapatos e receberam uma dose de Ivomec como preventivo.

As fotos são de Airton Ferreira da Silva e Paulo Witoslavski do Ecosul.
Halem Guerra Nery
Coordenador da RESA-Rede Catarinense de Solidariedade aos Animais
Instituto Ambiental Ecosul
Florianópolis/SC

Como você pode ajudar a APRABLU

A APRABLU está recebendo muitos e-mails para saber da situação dos animais de Blumenau e não está conseguindo responder a todos. Pedimos sua compreensão. Até momento que este aviso foi escrito, não sabemos a quantidade de animais necessitados por causa da inacessibilidade para os bairros que muito foram atingidos. As águas que entraram na cidade já baixaram, porém no caso de Blumenau o grande problema foi o deslizamento generalizado que destruiu casas de vários morros da cidade.

Só na cidade de Blumenau mais de 25 mil pessoas estão distribuídas por 60 abrigos improvisados, o número tende a aumentar nos próximos dias, então podemos imaginar o número de animais que foram deixados para trás.

Pequenas cidades vizinhas que não possuem ONG protetora de animais serão ajudadas assim que tivermos acesso e mantimentos suficientes para levar aos animais necessitados.

As famílias desabrigadas estão recebendo ajuda do Brasil inteiro, sabemos que para algumas quase nada vai tirar a tristeza da perda do lar ou de um ente querido. Mas para muitas famílias, rever um animal que se tinha como perdido ou morto será um grande alento, principalmente para as crianças que logo terão um humilde NATAL.

Se você quer nos ajudar:

APRABLU – Associação Protetora de Animais de Blumenau.
CNPJ: 03.585.420/0001-75
Fundada em 14 de setembro de 1999.
Utilidade Pública – Lei 5980/02 – 30/08/2002.

Depósitos ou transferências:

BANCO: BESC –BANCO DO ESTADO DE SANTA CATARINA-Nº027
AGÊNCIA: 003
CONTA CORRENTE: 119.206-8
CIDADE: BLUMENAU/SC
APRABLU – Associação Protetora de Animais de Blumenau.
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Um aviso do Greenpeace contra a destruição da natureza que vem causando mudanças climáticas e catástrofes naturais

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