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BALEIAS VOLTAM A DESPERTAR A ATENÇÃO MUNDIAL


Reunidos em Funchal, capital madeirense, Portugal, de 22 a 26 de junho os representantes dos 85 países participantes da Comissão Baleeira Internacional com a finalidade de discutir a moratória de 1986 que proibia a caça à baleia com fins comerciais. Claro que apesar da assinatura do acordo de proibição na época, países como o Japão vinham burlando o acordo de maneira irresponsável alegando que sua caça era para fins científicos e não comerciais. Sendo assim, pelo visto toda a população japonesa é composta por cientistas e todos querem estudar as baleias, pois a média anual de animais caçados por aquele país era de 800 animais.

Por incrível que pareça, o Japão vem contando essa história que não convence nem a crianças há anos. Mas, pelo visto o Japão está com seus dias contados no que se refere a caça às baleias. Já na última temporada o resultado foi um fracasso para alegria dos defensores e de seus dois grandes inimigos, a Austrália e o pessoal do Sea Shepherd que não lhes deu trégua durante as atividades.

Entre os outros temas serão discutidos a distribuição das quotas de caça às populações aborígenes, conservação da espécie, métodos de caça, e claro, a torcida do Japão no sentido de que a reunião fracasse sem nenhum acordo concreto. Na verdade nesse sentido a CBI está diante de uma situação difícil, pois há muita discordância entre os participantes. Se por um lado há o peso ético e a pressão de ambientalistas e defensores dos animais, por outro há os interesses comerciais relativos aos negócios mantidos com o Japão.

Ações jurídicas


A Austrália veio mesmo determinada para esta reunião com a finalidade de fazer valer seus argumentos contra a matança de baleias. Tanto é que vai doar a CBI 850 mil euros para programas de conservação e investigação sobre as baleias promovendo assim um meio para que a CBI possa dar maior atenção às ameaças que baleias e golfinhos enfrentam por parte de caçadores em potencial.

Por outro lado, diante de um fracasso da reunião, resta ainda aos países defensores os recursos jurídicos que, aliás, já deviam ter sido aplicados há muito tempo. Ou seja, ninguém pode simplesmente assinar um acordo internacional e não cumpri-lo.

As baleias pequenas

Muito bem lembrado pela WWF – World Wildlife Fund é a questão das baleias pequenas. Enquanto as grandes, pelo menos teoricamente, são protegidas pela moratória de 1986, as pequenas são caçadas sem nenhuma proteção legal. Por isso mesmo a referida entidade (WWF) apresenta na conferência um relatório sobre a situação desses animais e defende a urgente criação de medidas de proteção iguais aos já existentes para as baleias grandes.

Pequeno histórico da caça à baleia

Iniciada de forma artesanal numa época em que os homens desconheciam totalmente a palavra ética e viviam da ganância e brutalidade, onde ser duro e agressivo com os animais era sinônimo de masculinidade, assim era a caça no passado. Os barcos eram pequenos e os arpões manuais, mas veio dar início a uma tradição e comercio causando grandes males e conseqüências terríveis para o futuro.

Em 1931 quando se tentou um primeiro tratado internacional já se abatiam 40 mil baleias por ano. Os grandes da época nesse aspecto eram a Noruega, Reino Unido, Austrália e África do Sul. Felizmente, com exceção da Noruega, esses outros países despertaram para o aspecto conservacionista e de caçadores se tornaram em defensores.

Em 1946 apareceu um primeiro acordo chamado “Convenção para a Redução da Caça à Baleia”. Foi dele que nasceu depois a atual Comissão Baleeira Internacional. De início a CBI não tinha o objetivo de proteger baleias, mas sim de manter os estoques de forma a manter constante a atividade da caça.

Com a mudança de pensamento mundial e o entendimento ético da defesa dos animais e do meio ambiente é que vários países começaram a pensar diferente sobre a questão das baleias e em conseqüência o pensamento geral da CBI mudou de um regulador de estoque para o conservacionismo. Assim, a Comissão não tem poupado esforços no sentido de conservação e de criação de santuários. Incluindo aqui uma moratória de 1982 ainda em vigor e a de 1986, totalmente desrespeitada pelo Japão.

Apesar do não cumprimento da moratória pelo Japão e da Noruega simplesmente não ter assinado, não há dúvidas de que essas medidas evitaram o desaparecimento de algumas espécies como a baleia-azul que se aproximou da extinção.


Inimigos frente a frente

Além dos ambientalistas, defensores dos animais e pessoas ligados à ética sobre a questão animal, o grande inimigo da caça à baleia é o Sea Shepherd, entidade mundialmente conhecida por seus métodos totalmente inusitados como enfrentar os navios japoneses simplesmente abalroando-os com seus navios, provocando grandes prejuízos e medo em muitos casos conseguindo parar totalmente a caça.

Por isso mesmo é que o destemido mantenedor da entidade mais radical do mundo, Paul Watson desembarcou no aeroporto de Madeira para participar da Conferência. Mas assim que desceu do avião foi imediatamente detido pelas autoridades portuguesas, pois lhe pesava um processo de aventuras passadas. Por sorte, depois de quatro horas de detenção, foi liberado depois de constatado que o processo já havia expirado. Assim, o polêmico lobo do mar pode permanecer em Funchal para observação da referida conferência e terror dos japoneses.


Baleias no Brasil só para fotos

INSTITUTO BALEIA JUBARTE – ORIGEM E ATUAÇÃO

“A pequena cidade histórica de Caravelas, no extremo sul da Bahia, é o ponto no continente mais próximo do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos. Os primeiros visitantes da região foram os portugueses, que navegaram pelo rio Caravelas já em 1503. Desde então, outras celebridades como o naturalista inglês Charles Darwin também estiveram por lá, maravilhando-se com a rica fauna local, nela incluídas as baleias jubarte, muito mais numerosas antes da caça que quase extinguiu a espécie em águas brasileiras.

Em 1987, durante os trabalhos de implantação do Parque, foi redescoberta a presença de uma pequena população remanescente de baleias jubarte e sugeriu-se a importância de Abrolhos como principal “berçário” da espécie no Oceano Atlântico Sul Ocidental. Assim nascia o Projeto Baleia Jubarte, com a finalidade de promover a proteção e pesquisa destes mamíferos no Brasil.
Caravelas passou, assim, de importante porto baleeiro no Brasil Colônia a sede da primeira base de um projeto de conservação de jubartes no país. Em 1988 foram realizados os primeiros cruzeiros para fotografar as baleias jubarte, e as primeiras tentativas de estudar os animais a partir de uma estação em terra no arquipélago dos Abrolhos.

O Projeto foi posteriormente, em 1996, transformado em Instituto Baleia Jubarte, organização não-governamental que possui como missão “conservar as baleias jubarte e outros cetáceos do Brasil, contribuindo para harmonizar a atividade humana com a preservação do patrimônio natural para o benefício dos cidadãos de hoje e das futuras gerações.”
Leonardo Bezerra

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