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PROGRAMAS DE TV PODEM TER NÚMEROS COM ANIMAIS?


Enquanto a consciência dos brasileiros cada vez mais desperta para a defesa dos animais, criando-se leis de proteção, contra maus tratos, campanhas a favor de adoção, leis contra circos e muitas outras, um lado dos maus tratos aos animais permanece intocável. É o uso de animais em shows de programas de televisão.

Na verdade, os programas de auditório nas TVs, nada mais são que circos milionários e, portanto, intocáveis. Os animais que ali comparecem para apresentações, parecem fofos, bem tratados e exibem as mais extravagantes peripécias. Ninguém sabe o sofrimento e cansaço que passaram para chegar a tais resultados. Seus donos ou treinadores, também tem cara de mocinho, de amigo dos animais. Mas animais não são para espetáculos de nenhuma natureza.

Muitas vezes, nem os próprios apresentadores sabem que estão favorecendo e incentivando aos maus tratos. Levam a opinião pública a pensar que treinar animais é normal, que é bonito e que não sofrem.

Além de maus tratos físicos subtendidos nos treinamentos, que nesse caso o telespectador nunca vê. Há os programas que fazem verdadeira chacota dos animais. Por exemplo, o vídeo cacetadas, dentro do programa do Faustão, onde animais são ridicularizados por terem levado tombos e outras situações. Esse tipo de programa leva o público e principalmente as crianças a não ter piedade pelos animais e pensar que são ridículos e desajeitados.

As situações mencionadas são casos leves. Entretanto há casos gravíssimos de verdadeiros atentados e totalmente fora das Leis de proteção animal. Por exemplo, no programa “Troca de Família”, da Rede Record, recentemente uma das famílias matou uma galinha com todos os detalhes. O “Massaroca”, quadro semanal apresentado pelo programa Metrópoles, da TV Cultura apresentado todas as quartas-feiras, às 21h40, incitou os telespectadores à violência contra os animais, fazendo uma apologia ao consumo da carne suína.

Parece que a intenção era informar sobre a gripe suína. Mas, a matéria acabou virando brincadeira de mau gosto, tratou do assunto da pandemia como se fosse piada em que os animais são meros artigos de consumo. Houve o uso de imagens depreciativas e uma abordagem debochada dos porcos. Mesmo diante da constatação científica de que consumo de carne é o maior causador de impactos ambientais, o referido quadro incentivou o consumo. Outro caso ainda mais chocante ocorreu em 2005 quando o programa “Pânico na TV” levou ao ar uma cena de crueldade contra animais. Um rato com uma micro câmera preso à cabeça foi colocado numa cesta de vime e solto na atmosfera levado por balões de hélio.

Com tudo isso, o público deve ficar atento. Por detrás dos mocinhos podem estar os bandidos. E para quem pensa que os maus tratos a animais em circos acabou não se iluda, apenas mudou de endereço, agora é a intocável e milionária televisão, impossível de ser atingida por quaisquer leis.

O lado bom da televisão

Toda atividade humana sempre tem os dois lados. Tudo só depende de que lado você está. A mesma televisão que promove os maus tratos também tem seu lado sério e bom. Há os programas educativos onde especialistas dão esclarecimentos sobre o reino animal. Há os documentários. Há os de curiosidades e aventuras onde o apresentador se infiltra nas selvas e nos mais inusitados lugares para filmar os animais, sempre respeitando suas vidas e o meio em que vivem. Há os de entretenimento de forma saudável e até úteis.

Por exemplo, o quadro do “Dr. Pet” dentro do Programa “Domingo Espetacular” da Record, aonde o Alexandre Rossi, junto com sua mascote Sofia vai à casa de quem solicita ajuda para dar um jeito em algum mau comportamento dos animais. É um quadro muito gratificante, pois se vê o amor que o Alexandre tem pelos animais e sempre os resultados são positivos para as pessoas e para os animais depois do treinamento. Outro belo exemplo é o Richard, com o quadro Selvagem ao Extremo, que já faz algum tempo que não aparece. Enfim, há as reportagens que pedem ajuda para os canis e mostra o heroísmo de pessoas que tratam dos animais.Os animais nos programas não podem estar desvinculados aos aspectos de interesse público como, ausência de cunho educativo ou científico, uso gratuito de animais silvestres para fins de entretenimento e rótulos negativos atribuídos a certos animais.

Exemplos de Maus-Tratos (em qualquer lugar, inclusive na TV)

- Abandonar, espancar, golpear, mutilar e envenenar
- Manter preso permanentemente em correntes
- Manter em locais pequenos e anti-higiênico
- Não abrigar do sol, da chuva e do frio
- Deixar sem ventilação ou luz solar
- Não dar água e comida diariamente
- Negar assistência veterinária ao animal doente ou ferido
- Obrigar a trabalho excessivo ou superior a sua força
- Capturar animais silvestres
- Utilizar animal em shows que possam lhe causar pânico ou estresse
- Promover violência como rinhas de galo, farra-do-boi, etc..

Lei Federal 9.605/98 - dos Crimes Ambientais

Art. 32º

Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:

Pena: detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.

Se você presenciar maus-tratos, mesmo que seja na TV, denuncie.

Resultado da enquete sobre se animais devem participar de programas. 9 pessoas votaram e todas votaram em não.

Leonardo Bezerra

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