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RÃ COM MENOS DE 2 CENTÍMETROS PARALISA OBRAS DE R$ 1 BILHÃO NO RIO DE JANEIRO

Uma pequena rã ou perereca com apenas 2 cm gera a maior polêmica e paralisa obra de R$ 1 bilhão no Rio de Janeiro. O lado bom é que, além da sobrevivência da perereca, mostra que o país está em nova fase no que se refere à preservação da natureza. O lado ruim mostra como o ser humano pode ser contraditório, enquanto preserva uns, cria outros para a morte certa. As mesmas pessoas, inclusive ambientalistas que defendem a perereca com unhas e dentes, à noite estão comendo com todo prazer a carne de algum pobre animal que passou uma curta vida em sofrimentos e depois teve uma morte cruel apenas para satisfazer o paladar dessas pessoas. Haja contradição.

Contradições a parte, a história é muito interessante e foi notícia em quase todos os jornais e TV. Isto se deve não porque alguém tenha tanto amor pela perereca, mas sim porque o negócio em jogo envolve milhões, e ai é que entram os humanos. Trata-se da construção do arco metropolitano do Rio de Janeiro, uma obra gigantesca, 145 km, destinada a aliviar a questão do transito na cidade. A obra, paralisada desde 24 de setembro, por causa da perereca, é feita com recursos do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento – com orçamento de quase R$ 1 bilhão.Na época do início das obras ninguém podia supor que a 70,9 km do Rio de Janeiro, no município de Seropédica, Baixada Fluminense, uma bela e minúscula rã iria paralisar os gigantescos tratores e maquinarias destinadas às grandes obras. Mas foi isso mesmo que aconteceu. Segundo os biólogos, a Physalaemus soaresi, esse é o nome científico da rã, que alias ainda não tem nome popular, está em extinção porque vive numa área muito pequena com forte pressão urbana ao seu habitat.


No momento a briga envolve biólogos, ambientalistas, o subsecretário estadual de obras do Rio e até mesmo o Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Ao que parece cada um aponta uma solução diferente para o problema, desde a colocação de placas de aço separando as obras dos brejos onde ficam as pererecas, desvio de 100 metros do local, retirada das rãs para outro local, até o adiamento das obras até fevereiro, quando termina a fase de reprodução das rãs. Ainda não se sabe quem vai ganhar a queda de braço, enquanto isso as rãs tem sua vida garantida.


Na verdade a polêmica toda se deve ao fato da referida perereca ser extremamente rara. Vive numa área de 4,9 milhões de metros quadrados da Floresta Nacional Xavier, em Seropédica, entre as Rodovias Presidente Dutra e a antiga Rio-São Paulo. A rã foi localizada em 1965 e nunca foi encontrada em outro lugar do mundo.

Surpresas desde o início

Esta obra parece estar mesmo cheia de surpresas e entraves. As licenças ambientais foram dadas com várias restrições e compensações que vão custar R$ 30 milhões. Além do mais foram encontrados 23 sítios arqueológicos, que num momento vieram interromper as obras. Mesmo com licença para cortas as árvores por donde passam as obras, o trabalho foi interrompido porque a lei determina que seja medida a espessura de cada árvore. Mesmo com todos esses impedimentos as autoridades estudam um meio de evitar que as obras fiquem paradas.


A conclusão que se tira dessa história tão polêmica é que deveriam levar todo esse zelo e cuidados com o meio lá para a Amazônia onde milhões de árvores são derrubadas e milhares de animais mortos. Quanto à perereca, deviam lembrar que a vida não está presente apenas nos animais em risco de extinção, mas em todos os outros. Quando o homem defende um animal em extinção, age de maneira egocêntrica, pensando não no animal, mas em si e em seus descendentes e isto é bem diferente daqueles que defendem a vida. Pois quem defende a vida, defende todos, não fica fazendo escolhas entre quem deve viver ou morrer. (fonte: R7) Leonardo Bezerra

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