Termina a COP15. Os animais não serão salvos, nem tão pouco os humanos, pelo menos se depender dos mandatários mundiais. Mas enquanto esses incompetentes voltam para casa de mãos vazias e provavelmente os bolsos cheios, mesmo sem chegar a nenhum acordo, é hora de pensar em Natal. É a pior época para os animais, pois além do barulho dos fogos que os assustam, há as viagens quando muitas pessoas preferem o prazer que os cuidados com os animais, isso sem contar com aqueles que simplesmente os come.
Tanto para esses quanto para aqueles, quero relembrar aqui uma belíssima história de um herói dos animais narrando os fatos que ocorreram em novembro do ano passado nas enchentes de Santa Catarina. Faço isso para lembrar que enquanto uns abandonam outros salvam. Assim são os homens. Nem todos são da turma do COP15 ou daqueles que viajam enquanto deixam seus animais jogados na rua.
Herói dos animais
Assim ficou conhecido nacionalmente Egon Budag, 57 anos. Durante a enchente referida esse herói foi o último a deixar o Alto do Morro do Baú; motivo: os animais.
Na ocasião logo que a situação começou a piorar, os moradores saíram às pressas, deixando para trás seus animais domésticos e de criação como porcos, cavalos, galinhas, vacas e bezerros assim como cães e gatos. Uma situação triste e desesperadora principalmente para quem ama os animais de verdade.
O que poucos esperavam é que alguém tivesse coragem de ficar ao lado dos animais em vez de simplesmente abandoná-los.
Essa pessoa muito especial é Egon. Ele recorda: “Os dias que se seguiram às chuvas foram especiais, nunca tínhamos vivido algo assim. Na terça de manhã, minha mulher, meu filho e minha nora foram resgatados por um helicóptero militar. Eu fiquei para cuidar da bicharada”. Ele informa que no início não houve problemas com comida para os cães que ficaram nas casas, pois nos freezers das casas abandonadas havia muita comida que Egon retirava todos os dias para alimentar seus amigos animais.
O ponto crítico foi na sexta-feira quando veio a ordem para todos abandonarem o lugar por causa de uma previsão assustadora de chuvas. Mas Egon conseguiu escapar dos soldados e permaneceu lá ao lado dos animais mesmo correndo risco de vida. No sábado, o morro ao lado da propriedade de Egon simplesmente desabou e foi então que ele teve que tomar a decisão mais difícil de sua vida, pois não parava de chover e também sua propriedade estava em risco: pediu para ser resgatado.
Egon conta: “Estas horas foram para mim os momentos de maior desespero em toda minha vida. Tive que abandonar os animais. Providenciei uma gaiola para guardar os cachorrinhos e às 16h15min o helicóptero chegou. O soldado veio me buscar e mostrei a gaiola onde estavam os cinco cães. Disse que só embarcaria com eles. Depois de consultar o capitão, ele deixou levá-los. Aquele momento foi para mim o de maior alegria no meio de toda aquela tragédia. Um momento abençoado. (Fonte: Diário Catarinense) Leonardo Bezerra
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Que o Natal seja um momento de paz para refletir sobre essa grande batalha que vivemos todos os dias em defesa dos animais, em defesa da vida. Deus não criou a vida apenas nos humanos. Ela se espalha por todas as criaturas embora muitos não queiram reconhecer.
Reportagem conta a história do herói dos animais
