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BRIGAS DE GALOS, CRUELDADE CONTRA ANIMAIS DISFARÇADA EM DIVERTIMENTO

Brigas de galos é um divertimento tão violento e sangrento quanto touradas. A diferença é que podem ser realizadas em locais internos e muito bem escondidos o que torna praticamente impossível de ser extirpada da sociedade. É na verdade, um dos meios mais violentos aos quais são expostos os animais. Na maioria das vezes os galos lutam até a morte e os que escapam, saem extremamente feridos.

A briga de galos é antiga. Há ilustrações que indicam que há 2.500 já existiam na China. Na Roma antiga, onde a crueldade contra animais e humanos rolava solta, não podia faltar e eram exibidas nos circos e coliseus para deleite de uma turba sanguinária. Outros países como Índia, Paquistão e Egito também eram adeptos dessas lutas na antiguidade.

Com a conquista do continente europeu pelos romanos, a prática se espalhou indo parar na Espanha de onde foi levada para a América Latina pelos colonizadores. No caso do Brasil, chegou através de Portugal e por aqui permanece até hoje.

Na Espanha as brigas não são permitidas, mas há exceções, como Ilhas Canárias e na Andaluzia. Assim como nos Estados Unidos, que são permitidas em alguns estados. No Brasil é proibida por lei, mas é o mesmo que nada, pois é muito fácil de ser camuflada, além disso, a Lei só age se alguém denunciar, o que nunca acontece. Ninguém quer se meter com a vida dos outros, muito menos por um galo. Esse é o pensamento da maioria das pessoas.

Aqueles que defendem essas brigas se apóiam dizendo que a morte de um galo é mais digna que o sacrifício de milhares de frangos nas fazendas e com permissão das autoridades. Um belo argumento, mas que não tem nenhum valor para os defensores dos animais.

No Brasil já teve até deputado que deu entrada em PL a favor de brigas de galo. Foi o deputado Fernando de Fabinho (PFL-BA) com a PL 4340/04 que estabelecia não constituir crime a realização de competições entre animais. Por sorte não deu em nada, mas os defensores devem ficar sempre atentos.

Paraíso das brigas de galos

O grande paraíso dessas brigas é Porto Rico, onde é considerado um esporte nacional. Outros países como Colômbia, Venezuela, Nicarágua, República Dominicana e Peru são tidos como locais de criação de galos especialmente preparados para brigas.

O Equador é outro país dos mais adeptos às brigas e onde é praticamente impossível de ser erradicas já que entre 60 mil e 100 mil famílias vivem diretamente dos recursos geridos por essa atividade. No país há também quase dois milhões de seguidores e conta com mais 1.500 criadores. Com todo esse poderio, os governos não se atrevem a tentar modificar a situação, pois certamente perderiam votos e muitos inimigos, o que não convém para quem quer se manter no governo.

Mesmo diante de tal poderio, o governo equatoriano anunciou uma consulta popular onde inclui a proposta de eliminar os espetáculos em que os animais são mortos. Ou seja, os animais brigariam até um certo ponto, quando um deles fosse considerado vencedor, sem precisar matar o outro, algo como uma luta de boxe. Apesar de tudo, a Corte Constitucional modificou o texto proibindo espetáculos que tenham como finalidade a morte do animal. Isto afetou as touradas, mas não as brigas de galos.

A desculpa é que nas brigas quase sempre os galos morrem, mas não é esse o objetivo. E assim vão levando a vida incluindo em suas tradições essas crueldades.

As pessoas às vezes querem falar contra brigas de galos, por considerá-las extremamente cruéis e sem sentido. Mas a maioria come carne, inclusive de frango, galinha, galo e tudo o mais que aparecer pela frente, assim, prefere silenciar diante de sua consciência, pois como alguém pode defender a vida de uns enquanto como outros?

Para sorte dos galos e azar dos praticantes das brigas, há um pequeno grupo no mundo todo, que a cada dia cresce, são os vegetarianos e veganos, que podem criticar a vontade sem o menor receio de estar cometendo algum tipo de hipocrisia.

Para os não vegetarianos, cabe sim criticar, denunciar e fazer de tudo para acabar com essas brigas. Não baseados na consciência, mas sim baseados na Lei e na ética, pois quando se denuncia essas atividades, se está praticando um ato de cidadania, que é o de fazer cumprir a Lei e ao mesmo tempo a ética no sentido da defesa dos animais. Leonardo Bezerra

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