leopardos de amur (Foto: Reprodução) |
O número
de leopardos-de-amur está crescendo na Região do Primorie, no Extremo Oriente
da Rússia. Em cinco anos, sua população aumentou em 50 por cento como resultado
do programa russo de conservação deste grande felino mais raro no planeta.
Por Voz da Rússia
Mas ainda
não há motivos para tranquilizar-se, advertem cientistas, os
leopardos-do-extremo-oriente continuam a encontrar-se à beira de extinção.
O
leopardo-do-extremo-oriente é a subespécie de leopardo mais setentrional e a
única que se adaptou a viver e a caçar em neves. É também o mais pacífico dos
leopardos que praticamente nunca ataca os homens, que, infelizmente, os
exterminaram quase todos. Mas agora estes felinos extraordinariamente belos têm
na Rússia seu território protegido.
Em abril
do ano passado, foi criado um parque nacional “Terra do Leopardo”, o que
contribuiu consideravelmente para aumentar a população felina, diz o
coordenador do programa de manutenção de variedade biológica do WWF (Fundo
Mundial para a Natureza), Serguei Aramilev:
“Agora
podemos afirmar que na Federação Russa há não menos de 50 espécies destes
animais. Para além disso, uma parte da população de leopardos habita regiões
fronteiriças da China e da Coreia do Norte. O número exato de animais nestes
países é desconhecido, mas podemos supor que sejam de 7-10 espécies.
Os
leopardos começaram a mudar de território, desaparecendo em algumas regiões,
principalmente por causa da atividade econômica, e aparecendo em outras. É
evidente que 35 e até 50 espécies são um indicador baixo e crítico para a
população de grandes felinos. Para conservar esta subespécie na natureza, é
necessário aumentar a existente população em duas vezes, no mínimo – até 100
animais.
Há muito
tempo que o número de leopardos se controla regularmente no Primorie. Os
resultados das observações testemunham que o número destes felinos está
crescendo nos últimos anos, diz o diretor do WWF da Rússia, Igor Tchestin:
“Há
alguns anos começamos a notar que o número de leopardos aumenta. As causas são
bastante evidentes: o leopardo é um grande felino, que se reproduz bastante
ativamente em condições favoráveis. A sobrevivência de jovens animais é
bastante alta. Aquilo que vemos agora é resultado das ações empreendidas
ultimamente, a principal das quais foi a criação do parque nacional no sul da
Região do Primorie”.
A última
contagem proporcionou resultados surpreendentes: o leopardo foi descoberto no
ponto mais meridional da Rússia – na fronteira com a Coreia do Norte. Tais
casos não foram registados desde o século passado. Provavelmente, o animal
atravesse fronteiras de três países e investigue florestas da China, da Coreia
do Norte e da Rússia. Cientistas apontam a necessidade de criar um parque
russo-chinês transfronteiriço, para que no futuro seja possível manter
permanentemente uma população de 70 – 100 leopardos-do-extremo-oriente.