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COMO AJUDAR ANIMAIS DE RUA E COMO DOÁ-LOS - SEGUNDA PARTE

Muitas pessoas encontram animais abandonados nas ruas e os recolhe esperando em seguida doá-los para quem deseja ter um animalzinho de estimação. Nem sempre a tarefa é fácil. Infelizmente ainda há pessoas que preferem pagar caro num cão de raça por exemplo, apenas por uma questão de status e assim deixam de acatar aqueles que mais precisam; os abandonados.

Aqui a ativista Luciana Ronconi responde várias questões com as quais se deparam aqueles que desejam doar um animal resgatado.

1- Quais os procedimentos necessários para se conseguir doar um animalzinho resgatado das ruas.

Existem muitas formas de divulgar um animalzinho para adoção. Existem inúmeros sites na internet voltados pra essa finalidade, basta pesquisar na internet adoção de animais e você verá que existem muitos. Basta colocar a melhor foto do bichinho, informando seu nome, idade, porte, sexo, se é dócil e se convive com outros animais, e seus dados de contato.

Além disso, existem feirinhas em pet shops, que são eventos que visam promover a adoção de animais resgatados da rua, e geralmente são eventos muito agradáveis, onde se tem a oportunidade de conhecer pessoas bacanas, que amam animais, e também de ver a quantidade de bichinhos carentes de afeto que precisam de um lar.

Pra levar o animalzinho numa feirinha, é preciso que ele esteja vacinado e castrado. Basta levar sua carteirinha de vacinação, e um TERMO DE ADOÇÃO, que pode ser encontrado na internet. O interessado em adotar o animalzinho deverá ler esse TERMO DE ADOÇÃO , preencher com seus dados pessoais,  assina-lo em 2 vias e devolver a copia assinada, para que fique claro que ele está ciente de suas responsabilidades para com o animalzinho até seu ultimo dia de vida.

Além disso, no termo de adoção deverá constar que o adotante nunca deverá doar o animal a outra pessoa. Caso ocorra algum problema por falta de adaptação, deverá DEVOLVER o animal ao protetor que o doou.

Além disso, ele deve deixar uma copia de seu RG e do comprovante de residência, para que seu endereço seja comprovado e seja possível visitar o animal para verificar se está sendo bem tratado.
Se a pessoa for do bem, não se importará em assinar esse termo e entregar  os documentos necessários. Caso a pessoa se negue a assinar, não doe o animal, pois obviamente não será um bom adotante.

Existem casos até onde se estipula uma multa em caso de devolução do animal ao seu doador,  que não acho recomendável, uma vez que o adotante pode coloca-lo na rua para se livrar dessa punição.
A relação entre o doador e o adotante deve ser, na medida do possível, amigável, para que ambos tenham liberdade de conversar assuntos relacionados ao animal doado.
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2- Como o protetor deve proceder para escolher um bom adotante para o animal?

Um bom adotante é aquele que assume o animal integralmente, para as horas boas e ruins, ciente de que é uma vida, que precisa de alimento, cuidados básicos, e que um dia ficará velhinho e também precisará de cuidados.

Como ninguém tem esse prontuário escrito na testa, o protetor deve aguçar o seu bom senso na hora de escolher o adotante.

É fato que muitos protetores estão sobrecarregados, com muitos animais sob sua guarda, pagando muitos hoteizinhos e até mesmo endividados, já que a ajuda que recebem é voluntária, e na maioria das vezes não é suficiente para cobrir os gastos do animal.

Porém, eles devem ter muito bom senso ao doar o animal. Jamais devem empurrar, por exemplo, um pastor alemão para uma pessoa que more em apartamento. É sabido que muitas pessoas tem animais de porte grande em apartamento, mas a chance disso dar errado também é muito grande.

Então, o bom senso deve prevalecer sempre, analisar aonde o animalzinho se encaixa na rotina da família, pois se ele se transformar em um estorvo, provavelmente será devolvido em pouco tempo.
Sou voluntaria de uma OGN, e quando recebemos um candidato a adoção, uma pessoa o atende, faz as perguntas necessárias, e caso a adoção se concretize, o animal é levado até casa do adotante  pelo protetor, que ainda avaliará se a casa tem condições de receber o animal.

A qualquer momento, ele pode desistir de doar o animal, explicar os motivos e trazê-lo de volta.
Uma  casa que não tem espaço, ou que não tem muros e portões que impeçam a fuga do animal, ou que tenha outros animais com aparência de mau tratados não é um bom local para receber outro animal.

3- E quais são as responsabilidades que um adotante deve ter ao adotar um animal?

O adotante deve assumir o compromisso de cuidar do animal, ciente de que um animalzinho pode viver 15 anos ou mais, e precisará ser vacinado anualmente, precisará ser tratado caso fique doente, deverá ser alimentado diariamente, não poderá ficar confinado em espaço pequeno, etc.
É muito importante, antes mesmo de entregar o termo de adoção, fazer algumas perguntas ao interessado, como por exemplo se ele tem ou já teve outros animais, se mora em casa, se o acesso à rua é impedido por grades, essas coisas.

Muitas vezes, através dessas simples perguntas, pode-se perceber que o interessado não é um bom candidato à adoção, pois ele responde que teve um cachorro que morreu envenenado, ou que fugiu e foi atropelado, ou que morreu de cinomose, ou seja, coisas que denotam claramente que o animal não teve os cuidados necessários, foi de alguma forma negligenciado.

Ao perceber que o animal foi adotado para uma pessoa que está negligenciando esses cuidados, como devo proceder?

Depois de doado o animal, deve-se visitar o animal nos primeiros meses, para ver se está sendo bem tratado e se a pessoa está cumprindo com seu dever de dono.

Caso perceba que a pessoa evita atender ligações, ou não as retorna, é bom ligar o alerta e investigar. Ir até o local, averiguar a situação do animal, e pegá-lo de volta. O termo de adoção é um documento que tem valor jurídico, e proporciona proteção legal ao animal. Por isso é importante não abrir mão da assinatura desse documento.

4- E para quem vai adotar um animal, o que essa pessoa deve saber?

Deve saber que adotar um animal é um ato de extrema responsabilidade, pois é uma vida que está em jogo, e que ele precisa ser cuidado até o seu ultimo dia de vida.

Ela deve analisar todas as consequências da adoção do animal para a vida da pessoa que o adota, e das demais pessoas que moram no mesmo local.

Caso exista algum impeditivo, algo que possa trazer transtornos futuros, como pessoas que não gostam de animais morando na mesma casa, ausência de portão que isolará o animal da rua, ausência de condições financeiras para comprar comida, vacinar e cuidar do animal caso adoeça, ausência de espaço abrigado do frio e do sol, mudanças em vista para apartamentos pequenos, etc, não adote, pois o animal retirado das ruas já foi suficientemente submetido a maus tratos, a problemas de adaptação, e não merece passar novamente pelo mesmo problema.

Existem pessoas que se desfazem dos animais depois que os adotam, como se fossem roupas velhas. As desculpas são as mais diversas: a mulher que fica grávida e não poderá mais cuidar do cachorro, a criança que é alérgica ao pelo do gato, a família que mudou pra apartamento e não tem mais espaço pro cachorro, enfim.
Nenhuma dessas desculpas justifica o abandono. Por isso, é necessário pensar muito bem antes de adotar um animal, pois depois, você será inteiramente responsável por ele, em qualquer circunstancia.

E caso haja total impossibilidade de permanecer com o animal, por um motivo que seja justo, você deverá providenciar sua doação, seguindo as mesmas recomendações que eu já fiz, de forma que o animal seja levado para uma família que se responsabilize por ele, e não o abandone nas ruas.

O adotante tem todo direito de perguntar sobre a saúde do animal, se ele está castrado, como foi encontrado, se é dócil, enfim, o que julgar necessário para se sentir seguro ao levar o animal pra casa.

Caso opte por adotar um animal de uma ong, deve pedir atestado de vacinação do animal, de vermifugação, com datas em que os vermífugos e vacinas foram administrados.

A carteirinha deve estar assinada por um veterinário e com os selos das respectivas vacinas aplicadas.
5- Por fim, para finalizar  gostaríamos de saber quais são os benefícios de se adotar um animal?
Primeiramente, um animal é um amigo pra vida toda. O animal não se preocupa se você é rico ou pobre, se você tem um bom emprego, ou se você tem o carro do ano. O animal gosta de você incondicionalmente.
Existem estudos que provam que pessoas que possuem animais de estimação vivem mais, porque essas pessoas chegam em casa no final de um dia estressante, e são recebidas com festa, com afeto, e as pessoas que não trabalham mais, que se aposentaram, encontram no animalzinho de estimação um companheiro fiel, que não permite que se sintam sozinhas.
Os bichos diminuem o estresse, baixando a frequência cardíaca, a pressão arterial e o colesterol. Então, os donos de cães e gatos têm taxas mais baixas de triglicérides e colesterol do que os não os tem;
- Outros estudos sugerem que acariciar um animal reduz os níveis de estresse. Isso ocorre porque, ao passar a mão pelo corpo do animal, o organismo libera oxitocina, um hormônio relacionado ao vínculo emocional, gerando calma e bem estar.
Além disso, existem estudos recentes que apontam que crianças entre cinco e doze anos que convivem com animais, possuem mais sensibilidade e compreendem melhor os sentimentos de outras pessoas – têm mais empatia;
Além do fato incontestável de que quem tem um animal de estimação aprende a ser responsável e menos egoísta, pois tem de aprender a zelar por outra vida, não podendo portanto ficar centrado somente na sua.
São inúmeros os fatores positivos pra quem gosta e deseja adotar um animalzinho, além de oferecer a ele a possibilidade de ter uma família e ser amado,

E a consequência de amar profundamente  o animal de estimação vai muito além desses benefícios, porque ensina a importância de se ter respeito por qualquer forma de vida,  cuidando dele, alimentando, vacinando, levando ao veterinário, passeando, brincando, levando pra passear, e principalmente jamais o abandonando sob nenhuma circunstância, cuidando dele na sua velhice, como se faz com um membro da família.

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