Com o surto de
febre amarela espalhando-se pelo país, criando filas infindáveis nos postos de
saúde, a população especialmente de áreas rurais com maior risco de
contaminação, passou a matar macacos por medo do contágio ou uma falsa
precaução. Nada mais errado. O macaco não tem nada a ver com a transmissão da
doença.
Assim, como os
humanos, são vítimas da doença e não transmissores. Como não há como vacinar os
macacos, resta vacinar os humanos. No ciclo silvestre da febre amarela os
macacos são hospedeiros do vírus, mas os vetores, ou seja transmissores da
doença são os mosquitos que habitam nas matas.
Aquelas pessoas que
erroneamente matam macacos, ao contrário de estar prestando um bom serviço, está
dificultando a localização de focos da doença, que poderia receber mais atenção
por parte das autoridades. Ou seja, onde há mais mortandade de macacos pela
febre amarela é onde há mais risco. Se os humanos matam os macacos não se fica
conhecendo onde estão os principais focos.
O que as pessoas
podem fazer no momento é evitar entrada na mata pois pode ser picado pelo
mosquito que carrega o vírus. Nas regiões urbanas, vários parques foram
fechados para evitar possível contato com o mosquito.
Os macacos na
verdade dão o alerta, por exemplo, todos os macacos bugios do Parque Horto
Florestal, na Zona Norte da cidade de São Paulo, foram mortos pela febre
amarela. Um total de 17 famílias, totalizando 86 macacos morreram após contrair
o vírus da doença. Apesar de tudo, alguns macacos como o macaco prego e saguis
resistiram a doença. Portanto, é bastante complicado encontrar focos da doença
com certeza. O melhor mesmo é evitar-se as zonas de matas onde possa haver a
presença do mosquito e também tomar a vacina já disponível nos postos de saúde,
isso se você tiver paciência de ficar na fila. (Leonardo Bezerra)