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FARRA DO BOI, COVARDIA SEM LIMITES

A farra do boi, aliás, a farra dos homens e martírio do boi, é uma dessas pragas oriundas do passado e transmitidas ao presente através da tradição.

O homem tem a tendência natural ao aperfeiçoamento em todos os campos, desde o pensamento até o modo de agir. Por exemplo; chegou à conclusão que é muito melhor usar talheres que comer usando as mãos. Só que em Santa Catarina, terra da farra do boi, parece que o homem ainda não chegou a essa conclusão simples e básica do aperfeiçoamento. Não há grande diferença entre atacar um animal simples e inofensivo e comer usando as mãos ou outros atos primitivos. São absurdos do passado quando o homem era ainda mais cruel, violento e ignorante, que teimam em continuar através dos tempos tudo legalmente usando como desculpa a tradição.

O homem se faz de cego por conveniência e faz que não entende que também a tradição, feita pelos homens, está cheia de erros. A tradição não pode ser justificativa para a crueldade. “Um bando de vândalos armados de paus e pedras correndo atrás de um animal para espancá-lo até a morte não pode ser algo de um homem civilizado desse século”. Mas é isso que acontece na farra do boi. São esquecidos o humanismo, a cidadania, a paz e bondade. As pessoas mostram realmente quem são; não passam seres muito inferiores aos animais. O pior de tudo é que passam essa idéia errada para as crianças, futuras gerações, estas imbuídas do mesmo espírito e para imitar os mais velhos, fazem também sua pequena farra do boi. No caso, substituindo o boi por pequenos animais inocentes como cães e gatos.

As pessoas de bem, que compreendem a causa animal, sentem vergonha de pertencer a essa classe chamada “humana”, verdadeiros e cruéis predadores de todas as outras espécies. Os defensores da causa animal pertencem a uma classe diferente de pessoas. Espalhados por todas as partes do mundo e engajados nos mais diferentes seguimentos da defesa animal, são as únicas esperanças para os animais, que de outra forma poderiam ser totalmente extintos.

ORIGENS DA FARRA DO BOI. A farra-do-boi, que acontece todos os anos no Balneário Barra do Sul, a 40 quilômetros de Joinville (SC), começa na Quinta-Feira da Semana Santa. Teve início na Península Ibérica, por volta do século XIV, originando-se de uma mistura da luta de animais – que era um dos lazeres da burguesia – com a corrida de touros, festa nacional espanhola. Atualmente, ainda existe a Corrida de São Firmino, na Espanha. Da forma como acontece hoje, em Santa Catarina, a farra-do-boi teve origem na Ilha Terceira, nos Açores, com o boi correndo pelas ruas, sendo enfrentado por toureiros improvisados. A tradição chegou à Santa Catarina trazida pelos primeiros seis mil açorianos que lá desembarcaram entre 1748 e 1756. A farra-do-boi consiste na corrida de bois pelas ruas, ficando as pessoas com o direito de irritarem os bois, em outras palavras, espancá-los com paus, pedras e outros objetos numa carnificina sem limites. A Lei proíbe esta manifestação folclórica, por força de uma decisão que a pôs na ilegalidade. Apesar disso, como acontece no Brasil com a maioria das Leis de proteção aos animais, essa também fica só no papel pois a farra continua acontecendo. Leonardo Bezerra.

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Jornal Defesa dos Animais
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