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DEFESA DOS ANIMAIS E ÉTICA

A defesa dos animais está ligada diretamente a dois ramos; à sensibilidade humana, natural e variável de uma pessoa para outra e à ética ou moral. No primeiro aspecto é uma defesa puramente sentimental observada em pessoas de bom coração ou de boa índole. É uma defesa bastante simples e direta sem um engajamento mais profundo com a causa e muito restrita ao momento e ao meio ambiente. No segundo caso a idéia de defender os animais parte de um princípio da lógica e do pensamento envolvendo a ética, sendo todo um processo complexo que muitas vezes vem amadurecendo com o tempo e com o estudo.

Por isso mesmo são raras as pessoas que pensam na defesa dos animais de uma maneira mais ampla e convicta chegando à conclusão de que devem defender os animais não por dó, mas porque eles são vida, estão sujeitos a todos aqueles elementos que nós também estamos como a dor, a tristeza, o abandono, a solidão, a fome e a sede. A conclusão que esse grupo de defensores chega é que se não queremos isso para nós, como podemos aceitar que seres iguais a nós passem por tudo isso diante de nossa indiferença e descaso.
Um fator de muita relevância no que se refere à defesa dos animais é meramente quantitativo com relação à população mundial. Tudo tem relação direta com a tradição na formação do caráter das pessoas. Assim, até o momento pode-se classificá-las em três grupos; os indiferentes, os cruéis e os protetores. Sendo este último grupo o menor. Isto explica porque é tão difícil a defesa dos animais. Os protetores movem-se entre uma multidão de indiferentes e ainda enfrenta a ira dos cruéis que pensam nos animais como meros objetos geradores de lucros.
O pensamento da defesa dos animais pode ser comparado com o pensamento que havia nos séculos XVII e XVIII com relação à escravidão. As pessoas comuns não conseguiam ver o absurdo da escravidão, assim como as pessoas comuns de hoje também não conseguem ver o absurdo da escravidão animal. Nos referidos séculos só mesmo pessoas muito avançadas para seu tempo, já com um pensamento ligado na ética e na moral conseguiam vislumbrar o grande horror que era a escravidão. Certamente não eram bem vistas pela sociedade assim como hoje os defensores dos animais também não o são. Podemos chegar a uma conclusão terrível, que a escravidão não mudou. O que mudou foram os escravos. Hoje são os animais. Com a desvantagem de que são mortos, trucidados, transformados em produtos.
Felizmente há cada vez mais pessoas no mundo inteiro que não ficam numa defesa ligada na sensibilidade, mas partem para o lado da lógica valendo-se da ética e da moral que por si mesmas são insuperáveis, pois se o homem parar para pensar de uma maneira séria e verdadeira não há como não ficar do lado da ética na defesa dos animais. Tanto é que os grandes defensores usaram justamente desses princípios. Por exemplo, Tom Regan, o grande mestre dos defensores, baseia todo seu estudo profundo, mas ao mesmo tempo claro e transparente, na moral. Não há quem não se renda à defesa dos animais depois da leitura de “Tom”. Certamente para muitas pessoas suas vidas foram divididas em dois blocos; “antes e depois de ler Tom Regan”.
O grande surgimento de inúmeras entidades no mundo todo em defesa dos animais é o termômetro que mede o inicio e evolução de um novo tempo que talvez só vá chegar ao seu auge daqui a vários séculos. É o tempo da unidade e igualdade animal quando finalmente o ser humano estará livre da maior de todas as discriminações que é o especismo, e viverá em paz com todas as criaturas. Mas enquanto esse dia não chega, resta a estes poucos, chamados “defensores”, que muitas vezes são tachados de loucos, seguir em sua batalha diária em defesa dessas criaturas criadas pelo mesmo Deus, sujeitas as mesmas condições e moradores do mesmo planeta. Leonardo Bezerra.

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