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COMO SERIA A VIDA DO HOMEM SE ESTIVESSE NO LUGAR DOS ANIMAIS?


Uma mostra intitulada “Quarto com Zoológico”, mostra no zoológico de Londres o animal mais destrutivo do mundo, segundo opinião de muitas pessoas. O personagem é vivido por Paul Hutton, um funcionário do zôo, preso com os animais que vivem no local num recinto personalizado, mais ou menos como fazem para os animais. O quarto, que pode ser observado pelo público, conta com mobiliário e um pequeno pátio ao ar livre onde o referido funcionário pode representar as atividades do homem. O objetivo é mostrar os efeitos que a tal da espécie humana pode causar ao planeta, que como todos estão cansados de saber é devastação, poluição, degradação, mortes, enfim, destruição...

Refletindo sobre o que esse ser terrível causa ao meio e aos outros seres do planeta, no caso aos animais, escrevi uma crônica imaginando como seria a vida humana se estivéssemos do outro lado, ou seja, no lugar dos animais:

CRÔNICA DO ANO 2100

Suponhamos que estamos no ano de 2100 e que em 2080, o planeta Terra tenha sido invadido por extraterrestres e que estes dominaram todo o planeta e escravizaram a humanidade. Hoje vou relatar como teria sido nossa vida desde então.

“Os extraterrestres são poderosos e inteligentíssimos e nada podemos fazer contra eles. Eles nos dividiram em várias espécies. Conforme beleza física, força muscular, e uma série de divisões segundo seus interesses. Eis como eles utilizam os humanos:

Os humanos fisicamente fortes
São usados para puxar veículos, arar os campos, carregar grandes cargas nas costas. Trabalham quase que sem parar. Em algumas cidades há alguns que trabalham durante o dia e ainda são alugados para trabalhar durante a noite. Quando ficam velhos ou são acidentados, simplesmente são mortos e substituídos.

Há um grupo de humanos bastante fortes, mas ao mesmo tempo ágeis. São usados em espetáculos de rodeios onde os extraterrestres os prendem com um cinto de couro apertadíssimo e os montam. Esses mesmos humanos também são usados em espetáculos mortais onde tem que atacar um extraterrestre que se esquiva agilmente a cada investida. Claro que nesse caso, antes do espetáculo, o humano fica confinado sem comer ou beber e na escuridão. É um espetáculo mortal aonde o extraterrestre vai cansando o humano e lhe enfiando aguçadas setas nas costas. Quando este já não agüenta mais é morto com uma punhalada no pescoço.

Os humanos ágeis e engraçados
Esses são usados em grandes espetáculos para a diversão dos extraterrestres. Aprendem a andar de bicicletas de uma roda só, fazer malabarismos, atravessar um arco incandescente e outras coisas ridículas. O triste desses espetáculos é o treinamento a base de chicotadas, pauladas e atrocidades indescritíveis.

Humanos de pele bonita
Para estes está destinado um triste fim. Embora os extraterrestres tenham milhares de possibilidades e materiais naturais para confeccionar suas vestimentas, insistem em arrancar a pele de humanos para fazer suas vestimentas. É uma verdadeira tragédia, esses humanos são caçados em armadilhas ou criados para esse fim. Para que suas peles não se estraguem são mortos com pancadas na cabeça e suas peles retiradas com alguns ainda vivos.

Humanos bravos, mas não muito grandes
Esses, embora bravos não tenham tamanho suficiente para carregar grandes cargas. São usados como guardas para defender casas, empresas e propriedades. Nas casas, geralmente ficam amarrados a uma corrente bastante curta e vivem numa casinha pequena na qual mal conseguem entrar. Passam dias e noites amarrados como escravos.

A indústria alimentícia de carne humana
Há uma grande e poderosa indústria alimentícia de carne humana, pois os extraterrestres embora possam comer todos os tipos de vegetais, insistem em ser carnívoros. São criados humanos especialmente para esse fim. São engordados à força de produtos químicos e logo aos poucos meses de vida, são vendidos aos matadouros onde sofrem morte cruel. Suas carnes são espalhadas pelos açougues das cidades onde as donas de casa extraterrestres vão escolher os melhores pedaços.

Humanos nos testes de laboratórios
Os extraterrestres usam os humanos para provar seus produtos e experimentos contra doenças. Para isso usam uma série de humanos que passam a vida presos em jaulas de laboratórios e sofrem as mais horríveis torturas. Em suas peles são passados produtos químicos, são obrigados a ingerir esses produtos para saber qual a reação, seus corpos são abertos para estudos, são submetidos a choques, afogamentos, queimaduras e torturas terríveis, tudo em nome da ciência dos extraterrestres. Quando já não agüentam mais, simplesmente são mortos.

Humanos domésticos
Esse é o grupo mais sortudo. Aqueles que são bonitos, não muito grandes e pacientes ou muito amigáveis, são criados em casa pelos extraterrestres para seu prazer e divertimento. Normalmente são separados de suas mães logo nas primeiras semanas de vida e levados para alguma casa. Levam vida razoavelmente boa, recebem alimentação e cuidados, alguns vivem no quintal, outros até dentro de casa. Mesmo assim nunca estão muito seguros, às vezes, os extraterrestres se casam deles e os abandonam nas ruas. Outros os maltratam por qualquer motivo.

Humanos de rua
Nas grandes cidades há um grande grupo de humanos nos quais os extraterrestres não tem nenhum interesse. Vivem abandonados, sem alimentos nem água, comem restos do lixo dos extraterrestres e vivem perambulando sem destino quase sempre magros e com doenças. Mesmo abandonados nunca estão seguros, de vez em quando, os extraterrestres os caçam com veículos apropriados e os levam para um depósito de humanos abandonados. Depois de alguns dias normalmente os matam com uma injeção. Os extraterrestres alegam que fazem isso para evitar que esses humanos transmitam doenças para eles. Só que na verdade nunca se viu um extraterrestre contaminado por doença transmitida por esses humanos de rua, mesmo porque os extraterrestres nem sequer chegam perto deles.

Humanos exóticos e diferentes
Há um grupo de humanos que, por sua beleza ou por ser proveniente de lugares distantes, são criados em jaulas ou pequenos recintos para visitação pública. Aos domingos os extraterrestres vão com suas famílias apreciar a beleza desses humanos. Pagam um ingresso e passam horas observando esses humanos que por toda a vida ficarão confinados às suas jaulas e recintos apenas pelo fato de serem belos.

Humanos que sabem cantar
O destino desses inevitavelmente é uma pequena jaula dentro de uma casa de algum extraterrestre. O seu canto magnífico os atrai, por isso são mantidos por toda a vida presos para deleite dos ouvidos dos extraterrestres.

Alguns extraterrestres demonstram gostar dos humanos que criam em suas casas. Mesmo assim, quando estes ficam doentes, sofrem algum acidente ou ficam velhos, são levados a uma clinica onde são mortos com uma injeção letal. Eles chamam isso de “sacrificar”. Esse é o grande amor que os extraterrestres sentem pelos humanos.

Extraterrestres muito especiais
Embora os extraterrestres sejam assim tão maus, há exceções. Um pequeno grupo em várias partes do mundo defende os humanos de diversas maneiras. São conhecidos como “defensores dos humanos”. Fundam ONGs, fazem passeatas de conscientização, não são carnívoros e acreditam que a vida é uma só tanto faz estar presente no corpo de um extraterrestre quanto de um humano”.

Conclusão da crônica
Você acha certo e justo tudo o que os extraterrestres fazem aos humanos na descrição dessa crônica? Certamente que não. Mas, ao mesmo tempo, deve estar pensando: “não sei de onde, mas esta história eu já conheço”. Claro que conhece. Essa é uma história que dura milênios. É a sua história e de seus antepassados. Você deve ter achado horrível tudo o que é infligido aos humanos nessa história. Mas é isso mesmo que tem acontecido durante todos os milênios da existência da humanidade. A única diferença são os personagens. O extraterrestre da crônica é você e os humanos são os animais.

Pense nisso, é hora de você dar um basta a essas atrocidades. Isso que foi descrito, pode também vir a acontecer conosco exatamente da mesma maneira ou ainda pior. Não estamos seguros no universo. Como poderemos querer clemência, se quando tivemos a oportunidade não fomos clementes com nossos irmãos animais que tanto precisam de nosso amparo, cuidados e respeito? Leonardo Bezerra

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